Maratona #Emmy2020 – Pose

Meus amigos, que aprendizado assistir essa série!

Já faz algum tempo que leio elogios a respeito de Pose, mas pra ser sincero a série nunca tinha chamado minha atenção até o momento que resolvi fazer essa maratona de séries indicadas ao Emmy 2020. Ela foi a última da lista que escolhei pra ver antes da premiação, porque sim, ainda faltam várias outras que pretendo assistir pela frente. Mesmo sendo a última, posso afirmar com toda certeza de que entre as que maratonei, Pose foi a que mais que conquistou.

Ambientada entre as décadas de 80 e 90, a série explora os bailes LGBTQ+ que estava em seu auge nessa época, sendo de certa forma o ambiente de escape para pessoas da comunidade gay e trans, além de todo um espaço importantíssimo que a série da para a questão da crise da AIDS que nessa época matou tantas pessoas. A produção leva o nome de Ryan Murphy, Brad Falchuk e Steven Canals e olha, as duas temporadas são impecáveis!

Não vou mentir que pra mim a série foi de muito aprendizado, pois sinceramente não conhecia muito a respeito da comunidade e me desculpo aqui por de alguma forma ter sido até infeliz com algum comentário e isso pela falta de conhecimento mesmo. Ao longo dos dezoito episódio que compõem as duas temporadas da série, me diverti e ao mesmo tempo chorei junto com aquele elenco magnífico contando histórias que te cativam de uma maneira inexplicável.

Sim, tenho meus personagens favoritos, mas vale dizer que todo o elenco foi muito bem escolhido e faz um trabalho incrível e fez história por contar com o maior elenco trans da história da TV. Mas meu amor fica mesmo por Blanca (MJ Rodriguez), Pray Tell (Billy Porter) e Elektra Abundance/Wintour (Dominique Jackson), porque sério, esse trio pra mim é a base de toda a série!

Blanca é a verdadeira mãezona, criou a casa Evangelista e lá conseguiu extrair o melhor de Damon (Ryan Jamaal Swain), Angel (Indya Moore), Papi (Angel B. Curiel) e até mesmo Ricky (Dyllon Burnside). O que Blanca faz para esses jovens é algo tão incrível que me emocionava toda vez ao ver o tamanho da felicidade dela em presenciar cada uma das conquistas de seus filhos.

Pray Tell é o paizão, porque gente, não tem outro nome pra dar pra ele ali. Que personagem incrível e humano criaram para o Billy Porter. Aliás, o que é a atuação do Billy nessa série? Não conhecia o trabalho do ator, mas agora posso fazer parte da galera que exalta sua atuação, porque sério, o que ele faz nessa série não é pra qualquer um. Elektra está no meu top 3 porque é aquela que navega entre a personagem bitch, mas que lá no fundo é super carente e tem muito amor pra dar. As façanhas dela são uma adição incrível pra série, mas a cumplicidade para com Blanca sempre se destaca.

Eu não conhecia sobre a história dos bailões que rolavam nessa época e gente, que espaço lindo foi criado para que a comunidade de certa forma pudesse escapar de uma sociedade tão preconceituosa (e que infelizmente ainda tem muito a aprender nos dias de hoje). A maneira que os bailes salvaram vidas e criaram família foi algo incrível e eles conseguiram transmitir isso da melhor maneira possível na série.

A questão do HIV me derrubou em inúmeros momentos enquanto assistia. Que desumano tudo aquilo. Desde situações como aquelas dos enfermeiros deixando a comida do paciente na porta do quarto com medo de entrar e se contaminar até aqueles momentos que Blanca e Pray criavam dentro do hospital na tentativa de levar um pouco de vida para aquelas pessoas que estavam ali aguardando pela hora de sua morte. Sério, impossível não ficar tocado com tudo aquilo, com a realidade que eles transmitiam naqueles momentos.

A luta do Pray quando o vírus lhe derrubou e precisou ficar internado, a luta da Blanca nos episódios finais da segunda temporada quando também enfrentou uma fase ruim da doença. Aliás, o momento do Pray recebendo a notícia de que estava com o vírus pra mim foi um dos melhores de toda a série! Tudo tão bem escrito e perfeitamente interpretado que posso passar horas e horas elogiando cada um dos episódios e deixar esse texto quilométrico, rs.

A representatividade que a série traz, ver Angel conseguindo vencer barreiras ao alcançar a carreira de modelo! Damon cruzando o oceano para dançar na Europa, Papi abandonando a vida de traficante e literalmente se tornando um agente de talentos! Sério gente, é tanta história boa!

E Candy? O que dizer daquele “Never Knew Love Like This Before”? Só de lembrar do episódio já bate o desespero aqui de novo. Pra ser sincero, foi um dos melhores episódios que já assisti em toda a minha vida. A maneira que desenvolveram a morte de uma personagem que até então era mais odiada do que amada foi incrível. Candy foi covardemente assassinada num quarto de motel e o funeral que fizeram pra personagem foi algo único que com certeza ficou marcado como um dos pontos altos da série.

Em relação ao Emmy, temos Billy Porter na categoria de melhor ator em série drama e particularmente acho que esse ano ele não leva, embora também seja merecedor. Mas achei uma sacanagem o restante do elenco não estar nessa lista de indicados e principalmente a série não estar presente na categoria de melhor série drama. Com a qualidade que a segunda temporada teve, ela merecia demais estar entre os indicados.

Por fim, quero dizer que Pose realmente me surpreendeu de formas que jamais imaginava. Sinceramente, a série já entrou para o meu top 10 de séries que assisti em toda a minha vida, pois realmente mexeu comigo de uma maneira que jamais imaginava. Foi uma experiência única, um aprendizado que nem sei explicar.