Bom dia, Verônica – Uma mistura de emoção, desespero e raiva.

E temos aqui mais uma ótima produção brasileira.

Já faz algum tempo que tinha assistido o trailer de Bom dia, Verônica, produção nacional lançada pelo Netflix. O vídeo já tinha me deixado intrigado pra saber qual seria o desenrolar da história, mas não imaginei que seria assim tão intenso. A primeira temporada da série chegou no dia 01 de outubro, mas só essa semana eu parei pra assistir.

A série retrata bem intensamente a questão da violência doméstica e contra a mulher, trazendo história que mexem bastante com o telespectador e ao mesmo tempo apresentando um dos personagens que além de tratar a esposa como uma verdadeira prisioneira, também é um assassino em série que tem matado outras jovens ao longo dos anos.

Logo no primeiro episódio o negócio já foi tenso, com toda a situação onde uma mulher comete suicídio dentro da delegacia ao perceber que o pedido de ajuda na verdade não levaria em nada. Daí em diante, uma série de acontecimentos foram surgindo, mas foi praticamente a gota d´água que faltava para Verônica não conseguir simplesmente assistir seus colegas fazerem vista grossa e não fazer nada.

Verônica, personagem interpretada por Tainá Muller atua na delegacia de homicídios como escrivã, mas perceber o quanto a injustiça estava reinando por ali, decide ir além de seu caso e acaba conquistando inimigos por todos os cantos ao literalmente cutucar a onça com vara curta. A personagem tem toda uma história familiar complicada que ao longo da temporada conhecemos alguns detalhes e isso definitivamente surtiu efeito em toda sua insistência e ajudar aquelas mulheres.

Entre as vítimas está Janete (Camila Morgado), que depois de ver a entrevista de Verônica na TV, acaba ligando numa tentativa de pedir ajuda, mas o medo do marido não lhe deixa continuar. Verônica insistir daquela maneira foi sim um momento importante em toda a história, uma pena que o final foi aquele verdadeiro choque de realidade, sendo o pior possível.

Janete é casada com Brandão (Eduardo Moscovis), um Policial Militar renomado que além de abusador, também comete assassinatos em séries em outras jovens, com todo um ritual assustador. Pra complicar ainda mais ele faz com que Janete participe de seus crimes, não do ato em si, mas ela é quem recruta as garotas e mesmo com a cabeça presa dentro de uma caixa durante as ações bizarras de Brandão, acaba sendo envolvida em tudo.

A agonia que me dava toda vez que acontecia um dos ataques do Brandão é coisa de maluco e ver Verônica tentando loucamente encontrar uma maneira de impedir que o cara seguisse maltratando a esposa daquela forma, além de provar que ele cometia todos os crimes revoltava demais pelo fato dela caminhar tanto e na verdade nunca conseguir chegar num lugar de ajuda.

E isso tudo veio com uma explicação ao longo dos episódios e não poderia ser pior que essa. A polícia na verdade sabia sobre Brandão, mas vinha acobertando o caso por todo esse tempo, além de claro, existir toda um esquema maior que tornou Verônica um alvo após começar a investigar Brandão. Rolou até uma tentativa de assassinato na ideia de que Verônica parasse de cavoucar tanto, mas a policial definitivamente estava disposta a ajudar Janete.

Se eu aqui fiquei revoltado quando descobri que o padrinho dela, a delegada e outros policiais estavam envolvidos no esquema, imagina o que não se passou na cabeça da Verônica. Além de claro, todo o medo pela própria vida ou pela vida de sua família, já que os atentados contra a policial envolveram até a invasão de sua casa e morte do cachorro de estimação, numa tentativa de assustá-la.

Quando eu disse que o desfecho do negócio de certa forma foi um triste choque de realidade, foi porque Janete acaba sendo morta da pior maneira vida, queimada pelo marido após tentar reagir e dar um fim aquilo tudo. A sequência acontece no final do sétimo episódio e só lembrar aquilo revira meu estômago novamente. Foi uma cena super forte e olha, triste demais de assistir.

Pelo menos no último episódio vimos Verônica fazer o mesmo com Brandão, depois de claro, rolar toda uma sequência de perseguição que eu surtei com força aqui, esperando que o pior acabasse acontecendo por ali e mais uma vez o cara conseguisse se livrar. Mas não, Verônica realmente conseguiu acabar com a vida dele e ainda criou um plano onde foi declarada como morta, mas assumiu a identidade de Janete, plano esse que ela vai usar pra derrubar cada uma das outras pessoas envolvidas no esquema.

Meus amigos, o negócio é realmente intenso, emocionante e daqueles que te da muita raiva. Toda essa questão de assassino em série acaba mexendo um pouco com a gente e Bom dia, Verônica consegue trabalhar muito bem toda sua história. São oito episódios muito bem desenvolvidos, que te deixam preso e doido pra saber como é que a história vai terminar. Por enquanto não rolou uma renovação por parte do Netflix, mas já estou esperando aqui, pois preciso de outra temporada.